19 de janeiro de 2011

BRUXINHA MONNY

A noite sombria das terras cerradas,
A doce neblina cobre vales, montanhas e lares...
Vemos apenas a silhueta da lua cheia.
Não há lobisomens, fadas ou sereias
Ou antigas superstições.
Em cada canto, um grito,
Um uivo, um gemido.
Numa vida anterior em alguma dimensão conhecida
A bruxinha Monny caminha rodeada de elementais
Entre figueiras centenárias
Canta, dança sedutoramente
Pelo jardim sagrado de flores amargas...
Seres iluminados observam sua dança psicodélica
Assistem encantados, ouvindo os ritmos.
De tambores distantes que cadenciam
Os seus passos de pés pequeninos
E das seculares bruxas aprende seus segredos.
Criando feitiços, combinando suas fórmulas.
Já é tempo de nos lembrarmos delas,
Professoras, namoradas, tias,
Amigas, garçonetes, arrumadeiras,
Secretárias ou cozinheiras.
Pois elas estão infiltradas entre nós.
Elas nos seduzem dia após dia.
Bruxinha Monny diz plinct plonct
Faz do caos
A harmonia das coisas que não vemos
Tira o azul e coloca preto e branco.
Do rosa faz o roxo
No silêncio das perdas, faz a festa do rei momo.

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